Alicia Vargas, PhD: "Ao amadurecer o córtex pré-frontal, podemos evitar o estresse crônico."
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“Nosso cérebro pode ser nosso pior inimigo ou nosso melhor aliado .” É o que diz a Dra. Alicia Vargas, especialista em neurociência cognitiva, ao discutir o impacto do estresse em nossos corpos. A especialista explica como esse fenômeno desgasta a mente, mas também o coração, o sistema imunológico e até a fertilidade, se não for administrado adequadamente. Mas nem tudo está perdido: também existem ferramentas científicas para reduzir seus efeitos.
A chave é distinguir entre eustresse e distresse. O primeiro é o estresse bom, o tipo que sentimos quando temos uma prova, uma reunião importante ou um compromisso. Ele nos ativa, nos coloca em alerta e nos permite reagir . O problema começa quando esse estado dura muito tempo: o distresse é um estresse prolongado, e suas consequências são muito negativas.
“O estresse crônico desgasta o corpo inteiro”, alerta Vargas. Ele pode aumentar a pressão arterial, afetar o coração e representar um fator de risco para ataques cardíacos. Além disso, a exposição prolongada enfraquece o sistema imunológico, nos torna mais vulneráveis a doenças e interrompe processos básicos como o sono e o apetite. “Algumas pessoas param de comer, outras não”, acrescenta.
Mas o cérebro também sofre, e muito. A médica explica como o cortisol — o hormônio do estresse — prejudica a comunicação entre os neurônios e afeta a memória e a capacidade de aprendizado. "A longo prazo, a plasticidade cerebral é reduzida ", ressalta. E essa é uma das razões pelas quais muitos idosos têm dificuldade para se lembrar das coisas ou sofrem de fadiga constante.
Vargas propõe uma abordagem holística: "A primeira coisa é antecipar". A incerteza gera mais estresse , portanto, saber quanto tempo uma situação vai durar, mesmo que seja uma estimativa, já ajuda a reduzir o desconforto. O exemplo clássico é o do dentista: se o profissional nos diz quantas limpezas faltam, nosso corpo relaxa.
Outro recurso fundamental é uma rede social de apoio . Cercar-se de pessoas que ajudam a canalizar a frustração é uma ferramenta poderosa. E se você também conseguir sentir um certo grau de controle — mesmo que simbólico —, os níveis de ansiedade diminuem. Nas palavras deste profissional: "Não se trata de ter tudo sob controle, mas sim de acreditar que você pode lidar com isso."
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Meditação e exercícios também são aliados . "A meditação literalmente muda o seu cérebro", diz a especialista, referindo-se a estudos que mostram como essa prática fortalece o córtex pré-frontal . Quanto aos exercícios, eles devem ser escolhidos e consistentes. Se se tornarem uma obrigação, acabam se tornando mais um fator de estresse.
E é aí que entra uma das ideias mais poderosas da mensagem do médico: "Se amadurecermos o córtex pré-frontal , podemos prevenir o estresse crônico". Essa parte do cérebro está ligada à tomada de decisões, ao planejamento e ao controle de impulsos. Fortalecê-la — seja por meio de meditação, exercícios ou hábitos saudáveis — nos ajuda a gerenciar melhor as emoções.
"O estresse nem sempre é o inimigo", conclui o Dr. Vargas. Às vezes, é um aviso, um alarme ao qual devemos estar atentos. O importante é aprender a ouvi-lo, entendê-lo e responder com estratégias que cuidem do nosso corpo e da nossa mente.
“Nosso cérebro pode ser nosso pior inimigo ou nosso melhor aliado .” É o que diz a Dra. Alicia Vargas, especialista em neurociência cognitiva, ao discutir o impacto do estresse em nossos corpos. A especialista explica como esse fenômeno desgasta a mente, mas também o coração, o sistema imunológico e até a fertilidade, se não for administrado adequadamente. Mas nem tudo está perdido: também existem ferramentas científicas para reduzir seus efeitos.
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